quarta-feira, 20 de maio de 2015

Mensagem de Dom Humberto Para a Festa de Pentecostes


MENSAGEM EPISCOPAL DE PENTECOSTES

Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim. João 15:26

Queridas irmãs e irmãos em Cristo, 
Clero e Laicato da nossa Diocese Meridional da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil,
Que a força da Ventania Divina, Voz de Consolação e Vida, esteja com todos e todas vocês:

Pentecostes era uma festa judaica, quando se celebravam as colheitas da cevada - no começo das sete semanas de festividade (pelo qual também foi chamada de “festa das semanas”) - e do trigo no final do período festivo. Neste tempo também eram oferecidos a Deus os primeiros frutos, e como indica o rito que é transcrito no livro de Deuteronômio, no capítulo 26, onde, entre outras coisas, a pessoa que traz a oferenda diz: “Eis que agora trago os frutos da terra que Tu, SENHOR, me destes” (v.10a). Muito semelhante o que falamos ou cantamos no ofertório eucarístico: “tudo vem de ti Senhor, e do que é Teu, to damos”. Assim como Deus, em Jesus Cristo, escolheu o contexto da festa judaica da Páscoa, isto é, “passagem”, para revelar o sentido da Crucificação, Morte e Ressurreição do Senhor, escolheu esta outra festa para a manifestação eclesial, isto é, no seio da Igreja Reunida, do Seu Espírito! (cf. Atos 2:1-21). A primeira escolha, a da Páscoa, traz de volta o sentido libertador de Deus, agora na figura e nos atos de Jesus Cristo. A segunda escolha, a de Pentecostes, revela que tudo vem de Deus, e que somos apenas seus instrumentos, seja como pessoas, seja como comunidades de fé! O apóstolo Paulo mostra o sentido profundo da posse do Espírito, na belíssima figura de nossos corpos-vidas como templos do Espírito Santo (cf. 1 Coríntios 3:16-17). 
Portanto o Espírito Santo, o a Ventania Impetuosa da criação (cf. Gênesis 1:2) ou a Brisa Leve da Profecia revelada no ministério do profeta Elias (cf. 1 Reis 19:12), ou o Espírito que gera Jesus em Maria, como Deus Encarnado (cf. Mateus 1:18,20 e Lucas 1:35), o mesmo que Jesus assopra sobre seus discípulos e discípulas reunidas com medo em um quarto fechado, depois de lhes anunciar a Paz e a missão de perdoar ou não os pecados (cf. João 20:22-23), o que ainda explode no meio da comunidade cristã reunida em Jerusalém na festa de Pentecostes, gerando a proclamação a todas as pessoas de todas a etnias e culturas (Atos 2:1-13), sempre é DOM DE DEUS, que VEM DE DEUS, cujos frutos com alegria apresentamos para Deus! O lugar da semeadura é da colheita é o mundo, o instrumento que a realiza é a Igreja de Cristo (Una, Santa, Católica e Apostólica), formada por “pedras vivas” sustentadas pelo mesmo Espírito (1 Pedro 2:5), sustentada pela “Pedra Angular” que é Cristo (cf. Salmo 118:22; Marcos 12:10, e outros). 
Neste tempo de Pentecostes que a Igreja sabiamente estendeu até o Advento, é um tempo de construir para Cristo, em Cristo e com Cristo. Construir nesta verdade que nos é dada pelo Espírito Santo, como “Paráclito”, isto é, força de consolação, de defesa e de sustento. Temos-nos esta bela tradição anglicana, este jeito anglicano de ser que colocamos na Missão e Visão diocesanas, então, deixemos que a Ventania Divina nos leve para a Missão de Deus, na sua imensa diversidade e amplitude, para que Sua Vontade seja feita em nossas Vidas, e apresentemos com alegria, em Sua Igreja, os frutos do Espírito, edificando-a em acolhedor amor, em cada pessoa, em cada comunidade e em nossa sociedade. 
Feliz festa de Pentecostes, que o Espírito vos anime na Missão de Deus!

+Dom Humberto Eugenio Maiztegui Gonçalves
Bispo Diocesano

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