sexta-feira, 22 de maio de 2015

Dom Humberto fala sobre Encontro Nacional da Juventude


Dom Humberto, da Diocese Meridional de Porto Alegre, diz que este encontro é um marco na retomada do trabalho da...
Posted by Juventude Episcopal Anglicana - Ujab/ieab on Quarta, 29 de abril de 2015

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Semana de Oração pela Unidade Cristã

A busca da unidade ao longo de todo o ano
Promovida mundialmente pelo Conselho Pontífice para Unidade dos Cristãos (CPUC) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI), a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) acontece em períodos diferentes nos dois hemisférios.

No hemisfério norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC) é de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908, por Paul Watson, pois cobriam o tempo entre as festas de São Pedro e São Paulo, e tinham, portanto, um significado simbólico.

No hemisfério Sul, por sua vez, as Igrejas geralmente celebram a Semana de Oração no período de Pentecostes (como foi sugerido pelo movimento Fé e Ordem, em 1926), que também é um momento simbólico para a unidade da Igreja. No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) lidera e coordena as iniciativas para a celebração da Semana em diversos estados.

Levando em conta essa flexibilidade no que diz respeito à data, estimulamos a todos os cristãos, ao longo do ano, a expressar o grau de comunhão que as Igrejas já atingiram e a orar juntos por uma unidade cada vez mais plena, que é desejo do próprio Cristo. (Jo 17:21)

Confira o espaço criado no site do CONIC para a SOUC 2015:
TEMA: "Dá-nos um pouco da tua água"

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Mensagem de Dom Humberto Para a Festa de Pentecostes


MENSAGEM EPISCOPAL DE PENTECOSTES

Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim. João 15:26

Queridas irmãs e irmãos em Cristo, 
Clero e Laicato da nossa Diocese Meridional da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil,
Que a força da Ventania Divina, Voz de Consolação e Vida, esteja com todos e todas vocês:

Pentecostes era uma festa judaica, quando se celebravam as colheitas da cevada - no começo das sete semanas de festividade (pelo qual também foi chamada de “festa das semanas”) - e do trigo no final do período festivo. Neste tempo também eram oferecidos a Deus os primeiros frutos, e como indica o rito que é transcrito no livro de Deuteronômio, no capítulo 26, onde, entre outras coisas, a pessoa que traz a oferenda diz: “Eis que agora trago os frutos da terra que Tu, SENHOR, me destes” (v.10a). Muito semelhante o que falamos ou cantamos no ofertório eucarístico: “tudo vem de ti Senhor, e do que é Teu, to damos”. Assim como Deus, em Jesus Cristo, escolheu o contexto da festa judaica da Páscoa, isto é, “passagem”, para revelar o sentido da Crucificação, Morte e Ressurreição do Senhor, escolheu esta outra festa para a manifestação eclesial, isto é, no seio da Igreja Reunida, do Seu Espírito! (cf. Atos 2:1-21). A primeira escolha, a da Páscoa, traz de volta o sentido libertador de Deus, agora na figura e nos atos de Jesus Cristo. A segunda escolha, a de Pentecostes, revela que tudo vem de Deus, e que somos apenas seus instrumentos, seja como pessoas, seja como comunidades de fé! O apóstolo Paulo mostra o sentido profundo da posse do Espírito, na belíssima figura de nossos corpos-vidas como templos do Espírito Santo (cf. 1 Coríntios 3:16-17). 
Portanto o Espírito Santo, o a Ventania Impetuosa da criação (cf. Gênesis 1:2) ou a Brisa Leve da Profecia revelada no ministério do profeta Elias (cf. 1 Reis 19:12), ou o Espírito que gera Jesus em Maria, como Deus Encarnado (cf. Mateus 1:18,20 e Lucas 1:35), o mesmo que Jesus assopra sobre seus discípulos e discípulas reunidas com medo em um quarto fechado, depois de lhes anunciar a Paz e a missão de perdoar ou não os pecados (cf. João 20:22-23), o que ainda explode no meio da comunidade cristã reunida em Jerusalém na festa de Pentecostes, gerando a proclamação a todas as pessoas de todas a etnias e culturas (Atos 2:1-13), sempre é DOM DE DEUS, que VEM DE DEUS, cujos frutos com alegria apresentamos para Deus! O lugar da semeadura é da colheita é o mundo, o instrumento que a realiza é a Igreja de Cristo (Una, Santa, Católica e Apostólica), formada por “pedras vivas” sustentadas pelo mesmo Espírito (1 Pedro 2:5), sustentada pela “Pedra Angular” que é Cristo (cf. Salmo 118:22; Marcos 12:10, e outros). 
Neste tempo de Pentecostes que a Igreja sabiamente estendeu até o Advento, é um tempo de construir para Cristo, em Cristo e com Cristo. Construir nesta verdade que nos é dada pelo Espírito Santo, como “Paráclito”, isto é, força de consolação, de defesa e de sustento. Temos-nos esta bela tradição anglicana, este jeito anglicano de ser que colocamos na Missão e Visão diocesanas, então, deixemos que a Ventania Divina nos leve para a Missão de Deus, na sua imensa diversidade e amplitude, para que Sua Vontade seja feita em nossas Vidas, e apresentemos com alegria, em Sua Igreja, os frutos do Espírito, edificando-a em acolhedor amor, em cada pessoa, em cada comunidade e em nossa sociedade. 
Feliz festa de Pentecostes, que o Espírito vos anime na Missão de Deus!

+Dom Humberto Eugenio Maiztegui Gonçalves
Bispo Diocesano

Reconhecimento de Ordens de Eleuthério Pinheiro Neto

Neste domingo, 17 de maio, aconteceu em São Francisco de Paula, através do bispo Humberto Maiztegui, o reconhecimento de Ordens do Reverendo Eleuthério Pinheiro Neto na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.
Eleuthério é casado com Jussara Tedesco Bestetti e como já tinha sido ordenado diácono e presbítero na Igreja Católica Romana (ICAR), depois de uma caminhada de participação na comunidade anglicana de Santo Antônio da Patrulha e receber formação específica de anglicanismo, teve suas ordens reconhecidas e volta a exercer o ministério ordenado. Sua nova missão é a de pároco adjunto na Paróquia da Benção Divina em São Francisco de Paula, onde Dom Humberto é pároco interino. Eleuthério também é o ministro encarregado da Missão São Pedro em Canela.

sábado, 16 de maio de 2015

Reconhecimento de Ordens de Eleutério Pinheiro Neto

Reconhecimento de Ordens do Postulante Eleutério Pinheiro Neto na Paróquia da Bênção em São Francisco de Paula

Neste domingo, 17 de maio às 9h30, na Celebração Eucarística da Paróquia da Benção Divina, em São Francisco de Paula, serão reconhecidas Ordens do Post. Eleutério Pinheiro Neto, pelo nosso Bispo Diocesano Dom Humberto Maiztegui. Eleutério é casado com Jussara Tedesco Bestetti e reside em São Francisco de Paula, onde também faz estágio pastoral na Paróquia da Benção Divina. Como o postulante já foi ordenado na Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) vai reconhecer as ordens e Eleutério volta a exercer o ministério ordenado, depois de um período de estudos de imersão no anglicanismo e estágios como ministro leigo.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Atualização da Agenda do Bispo

Itinerário Episcopal de Dom Humberto 
Maio e Junho de 2015 AD.
(atualizada em 13/05/15)

Maio
1º a 03 – Sexta a Domingo - 123º Concílio Diocesano – Paróquia do Calvário – Nova Santa Rita RS. CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA ORDENAÇÃO FEMININA EM 1985..
9 – Sábado – Estudo Bíblico e celebração com as Filhas do Rei. 10hs às 16hs.
10 – Domingo – DIA DAS MÃES - Celebração Eucarística na Catedral da Santíssima Trindade – 10hs.
11 – Segunda – Reunião da Comissão de Planejamento Pastoral e Missão – 19hs.
12 – Terça – Reunião com representantes ecumênicos da Alemanha na IECLB – 18hs.
14 – Quinta – CEAT.
16 – Sábado – Curso de Teologia Popular – Monarquia/Profetismo/Exílio – Canoas – 9 a 16hs.
Reunião com a Junta Paroquial da Paróquia da Bênção Divina – 18.30hs.
17 - Domingo – - Reconhecimento de Ordens do Post. Eleutério Pinheiro Neto – Paróquia da Bênção Divina – São Francisco de Paula RS – 9.30hs. (SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE CRISTÃ).
18 – Segunda – Oração pela Unidade Cristã com Estudantes do Colégio Pastor Dohms.
19 – Terça – Igreja Metodista Institucional – Porto Alegre RS – 15hs.
20  - Quarta – Catedral Madre de Deus – ICAR – 18.30hs.
21 – Quinta Feira – Igreja da Reconciliação – IECLB – 12.30hs. Reunião de Coordenação do Curso Semipresencial de Teologia do CEAT – 14.30hs.
22 – 23 – Sexta e Sábado - Seminário de Sexualidades (SADD) – Porto Alegre RS.
22 – Sexta Feira– Celebração da Unidade Cristã – SELEO – São Leopoldo RS – 19hs.
24 – Domingo de Pentecostes – Visita à Paróquia do Espírito Santo em Montenegro RS – 9.30hs.
26  - Terça Feira – Reunião da Comissão de Ministério – 9hs e Reunião do Conselho Diocesano – 19.30hs – Auditório Diocesano.
27 – Quarta – Reunião com Professores(as) do Curso Semipresencial do CEAT – 14.30hs.
28 – Quinta CEAT - 
28 e 30 – Quinta a Sábado –   Visita Pastoral ao Ponto Missionário Kairós em Criciuma e Ponto Missionário São Francisco de Assis em Tubarão SC. Reunião da Área Pastoral de Torres e Santa Catarina no dia 30 a partir das 8.30 terminando com almoço. 
31 – Domingo da Santíssima Trindade – Celebração Onomástica da Catedral Nacional da Santíssima Trindade – 10hs.

Junho
7 – Domingo – Celebração Provincial com a Bispa Presidente da Igreja Episcopal dos Estados Unidos de Norte-América e Celebração dos 30 anos de Ordenação feminina na IEAB - Catedral Nacional da Santíssima. Trindade - 10hs.
8 – Segunda Feira – Reunião do CLERICUS – Auditório Diocesano – 9 a 17hs. Reunião da CPPM às 19hs no Auditório Diocesano.
10 – Quarta Reunião do Movimento Francisclariano e Tempo para a Criação – Escritório Diocesano – 19hs.
11- Quinta – Aula CEAT.
12 – Sábado – Reunião com a Junta Paroquial da Paróquia São Paulo – Cachoeirinha RS – 15hs. 
14 – Domingo – Visita Pastoral à Paróquia São Paulo, Cachoeirinha RS – 9.30hs. 
20 - 21 – Sábado e Domingo – Reunião com a Junta Paroquial e Celebração Eucarística na Paróquia da Bênção Divina – Domingo 10hs e Missão São Pedro em Canela – Domingo 17hs.
27 – Sábado – Reunião com a Junta Paroquial da Paróquia da Graça Divina – Viamão RS – 16hs.
25 – Quinta – CEAT.
28 – Domingo – Visita Pastoral à Paróquia da Graça Divina (9.30hs), Lar Alice Kinsolving (almoço) Ponto Missionário São João Batista – Viamão RS – 15hs.
30 - Terça Feira – Reunião da Comissão de Ministério – 9hs e Reunião do Conselho Diocesano – 19.30hs – Auditório Diocesano.



segunda-feira, 11 de maio de 2015

Sermão de Dom Humberto no Dia das Mães

SERMÃO POR OCASIÃO DO DIAS DAS MÃES 
6º DOMINGO DA PASCOA 
CATEDRAL NACIONAL DA SANTÍSSIMA TRINDADE
10 DE MAIO DE 2015.
Leituras bíblicas: Atos 10:44-48, Salmo 98, I João 5:1-6, João 15:9-17

Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido (1 João 5:1)
1. Queridas irmãs em Cristo, estimada Deã e Mãe, Revda. Marinez, dirigio estas palavras especialmente para vocês companheiras da caminhada cristã, que exercem a maternidade de todas as formas e em todas as circunstâncias. Também para vocês, ou para nós, queridos irmãos em Cristo, gerados de muitas formas e em muitas circunstâncias por mães diversas, esperadas e inesperadas.

2. As leituras do Novo Lecionário Comum Revisado, que compartilhamos com as igrejas irmãs, Católica Romana, de Confissão Luterana no Brasil, Metodista e Presbiteriana Unida, figura como segunda leitura, para este 6º Domingo da Páscoa, o capítulo 5 da Primeira Carta de João, ou da “Comunidade do Discípulo Amado” (como afirma Raymond Brown no título do seu livro). Só que no lugar do capítulo 4º temos o capítulo 5º, que inicia com este versículo intrigante para mim, especialmente se lido no contexto do Dia das Mães. Também no contexto do lançamento do Novo Livro de Oração Comum da IEAB que colhe, por primeira vez para nossa igreja provincial, uma nova visão humana e teológica inclusiva. Livro que tem como uma das principais pessoas responsáveis, co-atora, revisora e guardiã, a primeira mulher a ser Custódia do LOC, a nossa Revda. Marinez Rosa dos Santos Bassotto.

3. Diz o versículo que todas as pessoas que crêem que Jesus é o Cristo de Deus são geradas de Deus. Pois este verbo, tanto em português quanto em grego e acredito que em todos os idiomas humanos, aplica-se a gravidez e parto! Portanto, este Deus que gera não pode ser visto de forma exclusivamente masculina, ou apenas como Pai, mas também como mãe! Mas, o versículo não se contenta com esta afirmação!

4. Seguindo o estilo que também caracteriza o Quarto Evangelho, isto é, segundo João, usa a repetição de palavras para enfatizar a mensagem, repetindo nesta versão em português, duas vezes o gerúndio “nascido” e uma vez “gerado”. Em grego todas as três ocorrências são do mesmo verbo “gerar”. Mas, como é que Jesus foi gerado? De fato os Credos afirmam que foi nascido de Maria! Na Oração Eucarística B, do Rito 2, do Novo Livro de Oração Comum, correspondente a A do atual, afirma-se: “E, na plenitude dos tempos, enviaste teu único Filho, nascido de mulher, para cumprir a tua vontade e ser para nós o caminho da liberdade e paz”.Então, ao nascer de Maria, sua mãe, Jesus nasceu de Deus! Assim todas e todos nós, pela fé em Jesus Cristo, nascemos de Deus que é, também, nossa Mãe!


5. Mas, ultrapassada esta primeira etapa na que finalmente estamos livres para perceber que, apesar de nossa cegueira patriarcal, Deus sempre foi também nossa mãe, inclusive em Cristo, podemos dar, então, o passo principal, o passo do amor! 

6. Quando a Primeira Carta de João afirma que nascemos de Deus em Cristo, e que está e a base de nosso amor, não o faz em tom de reivindicação feminista contra o patriarcado. Aponta apenas para a natural expressão do amor que é a maternidade! 

7. Deus não tem que ser reconhecido como Mãe para diminuir seu reconhecimento com o Pai, ou para reivindicar a materlinearidade divina ou hereditária, ou coisas do tipo. Deus é proclamado Mãe porque o processo da fé, o processo da redenção, o processo da libertação e da salvação, o processo da vida em todas suas dimensões, é um processo de amor que exige ser visualizado através da maternidade. Assim é que devemos interpretar a expressão “Pai Materno” ou “Deus Pai-Mãe”, que aparece por primeira vez em um Livro de Oração Comum da IEAB! Devemos acolher com alegria, como o fez a comunidade joanina do amor, a afirmação de que toda pessoa que acredita em Jesus como Cristo é nascida de Deus, e assim, Deus é também nossa Mãe, assim como Maria foi mãe de Jesus! 

8. No versículo 4, deste mesmo capítulo, o assunto volta, agora como chave para interpretar nossa relação com o mundo: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé”. Que mundo é este que precisa ser vencido no poder gerador de Deus Mãe? Por que o mundo precisa ser vencido? Por que nascemos na fé para vencer o mundo? 

9. Estas perguntas me levam, antes que a Bíblia, a experiência que tive com a mãe da minha filha, a Revda. Taís, na nossa primeira gravidez! Ela já tinha sonhado que teria primeiramente uma filha, depois a ecografia confirmou isso. No meio da natural depressão que afeta mais ou menos todas as mães durante os primeiro meses de gravidez, ela afirmou chorando: “outra mulher para sofrer no mundo”. É que ela já tinha sofrido muito por ser mulher, inclusive temeu por sua vida em um relacionamento anterior. 

10. Por outro lado, eu tinha nascido de uma mulher lutadora e feminista, que também tinha enfrentado a tuberculose, tinha ficado viúva, tinha ficado sozinha com uma filha, tinha perdido uma gravidez, e lutado por outra. A filha que teve com seu segundo marido chamou-se “Ygaen” (em Tcheco, “sim”), porque o pai dela não queria que ela nascesse, e Imara, que signfica, “reafirmar”. Depois, do terceiro marido, meu pai, aos 40 anos de idade, com medo da incompatibilidade sanguínea e após ter perdido uma gravidez, nasceu este que vos fala. Chamou-me “Humberto” que nem meu pai, porque ela queria retribuir o amor com que este homem acolhera sua filha (Ygaen Ymara), e “Eugênio” que singifica, literalmente, “bem nascido”. Portanto, a filha e o filho de Ramona Ignácio (assim se chamava minha mãe, mas era conhecida como “Monona”), era duas vitórias contra forças contrárias à vida!

11. Quando, Taís, chorando, confessou seu medo diante deste mundo, esta herança materna aflorou, e tomado pelo espírito de minha mãe já falecida nessa época, afirmei: “nossa filha não virá a este mundo para sofrer, mas para mudar o mundo”! Não foi diferente com Maria, a mãe de Jesus, quanto teve que enfrentar em seu processo gestacional, e durante todo o tempo da sua maternidade! A incompreensão, a migração, a falta de condições para o nascimento da criança, a fuga e o exílio diante do massacre promovido por Herodes, a própria dificuldade de entender as opções de seu filho, a dor de vê-lo morrer na Cruz, tudo o que o Evangelho segundo Lucas resume na profecia de Simeão “E uma espada traspassará também a tua própria alma” (2:35). Então, a maternidade divino-humana, não é apenas uma boa imagem para a origem da fé e da vida, mas também uma inspiração na transformação de tudo o que no mundo atenta contra a vida, e uma fonte de esperança na definitiva vitória contra a violência, a injustiça e a morte! Assim todas e todos nós, no amor materno de Deus, temos o poder da fé, o poder capaz de vencer o mundo! 

12. O discurso de Jesus que o Quarto Evangelho coloca na mesa Eucarística a partir do capítulo 13, e que neste domingo recolhemos no capítulo 15, nos fala do amor do Pai expresso no Filho que, evidência o amor ao “dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (João 15:13b). Assim mesmo, inclusive aqui, como entender “dar a vida” ignorando a maternidade? De fato, enquanto, sem a perspectiva da maternidade, “dar a vida” parece nos falar de “morrer por” (e é claro que isso faz parte), nesta outra perspectiva, parece nos falar de “viver para” (que também faz parte). Amar completamente é entregar minha vida, com o faz toda mãe, biológica ou não, para que outra pessoa se forme através dela, se alimente dela, se apóie nela, se abrigue nela. De fato, “dar a vida” é a ponte entre a maternidade e a paternidade. Mas o que é uma ponte se não vemos seus dois lados, suas duas origens e seus dois destinos? A ponte do amor e materna e paternal, ou é um beco sem saída! Uma plataforma ao vazio! 

13. Queridas irmãs, mães de todas as horas, lugares e pessoas. Queridas irmãs e irmãos, filhas e filhos de tantas mães, das que ainda permanecem aqui, ao redor de nós, como fontes de energia e inspiração e das que permanecem aqui, no interior de nosso ser, como alicerces. Quem bom, irmãs e irmãos em Cristo, que vivemos um tempo em que finalmente Deus também pode ser vivenciado na plenitude de Sua Divina Maternidade. Que bom que podemos ver nesta limitada maternidade, destas mulheres que não são super “nada” - apenas mães de muitas formas – a grande maternidade de Deus que fortalece as mulheres em sua vocação materna e os homens em sua vocação paterna, e todas e todos nós em nossa vocação sororal – de “sor”, isto é, irmã - e fraterna – de “frater”, isto é, “irmão”! 

14. Graças a Deus pela maternidade! Graças a Deus por este processo maternal interminável e inesgotável que vai muito além do biológico, mesmo que o inclua com incomparável beleza! Graças a Deus pelas mães que acreditaram, que disseram sim, que nos deram o exemplo de, com Deus, vencer o mundo e suas violência, injustiças e exclusões! Perdão quando as ignoramos e desvalorizamos sua maternidade, dom Deus, pelo qual Nosso Senhor se fez gente entre a gente! Perdão quando permitimos que mulheres sejam forçadas a viver maternidades indesejadas, através da violência, da desqualificação da vida,  e de qualquer tipo de opressão! Perdão quando exigimos tudo das mães, e deixamos ser companheiros e companheiras delas no maravilhoso processo da maternidade! Lembremos que Deus é Mãe, mas nossa mãe não é Deus, ela é um ser humano que precisa do mesmo amor que nos precisamos para exercer sua divina vocação maternal!

15. Lá o espaço celestial, onde acreditamos reside a “Bendita Comunidade de Todas as Pessoas Fiéis” na Luz de Cristo, Deus com Mãe ora com as mães! Lá ora com todas elas, com as que conseguiram vencer aqui neste mundo, e com todas as vítimas, deste mundo. Com as mães que partiram levando a alegria de ver filhas e filhos se desenvolver como pessoas, e aquelas que viram seus sonhos cortados pela morte, pela tragédia ou pela violência. Todas oram por nós! Oram para que aprendamos finalmente a lição da maternidade, e que aproveitemos o poder de gerar na fé, na vida, da caminhada, na luz! A elas todas, na comunhão de Deus Nossa Mãe, nossa gratidão eterna. Amém.

Dom Humberto Maiztegui Gonçalves
Bispo Diocesano